Você no final de ano seguramente recebeu uma ligação do gerente dizendo: "sai comprando que tem uma verba sobrando que precisa ser gasta, se não no ano que vem a nossa fatia vem menor".
Este absurdo administrativo acontece em diversas fábricas.
O paradoxo é assim: Você fez um planejamento e a diretoria pois a verba no seu setor ou centro de custo. Você passou o ano e não gastou. Ou gastou menos que o previsto. Logo, sobrou dinheiro no caixa "virtual do seu centro de custo". Esta sobra deveria virar mérito, porém ela vira um terror de final de ano, pois você é obrigado a gastar porque a gerência não quer explicar o ocorrido para a diretoria, ou seja, que você pediu e não gastou.
É normal pedir e não gastar durante um planejamento anual. Ninguém pode prever com tanta precisão um futuro, principalmente no ambiente incerto de crise e outras perturbações. E se você trabalha com redução de custos, Kaizen, melhoria contínua ou qualquer outra técnica para gastar menos, é certo que no final do ano este paradoxo é ainda mais forte para você. Seu setor passa o ano de cinto apertado e no final, que você já enxugou, alguém manda gastar.
As conclusões do paradoxo são:
1. Se você é a pessoa que gasta, então gaste. Mas compre coisa nova, que traga melhoria futura. Não faça estoque. Faça investimento em coisa nova. Já que a gastança veio na base do chicote.... então gaste.
2. Se você é a pessoa que manda gastar, então repense esta ação. Prefira construir uma explicação para a diretoria que uma gastança desenfreada pelo fato de você não gostar de se explicar.
3. Se você é o diretor que irá olhar o balancete final, mude sua postura e dê prêmios para o centro de custo que reduz o custo industrial. Não penalize quem não gastou. Busque as explicações, pondere se a gerência tiver errado no plano, ajude a gerência para o planejamento do próximo ano, e não permita que nenhum gerente libere a gastança.
4R´s: Reduza, Reflita, Responda e Reaja.
Gastança em detrimento do medo de se explicar é um absurdo. Não faça isto com sua fábrica!